Páginas

sábado, 9 de março de 2013

Em tempos de desmoronamento...


Desde sempre eu aprendi a lidar com a dor de duas formas: atuando ou escrevendo! Assim eu a sinto de verdade e procuro entendê-la, até que ela possa seguir seu caminho e eu o meu. A dor não é para sempre! A tristeza não é para sempre, o amor não é para sempre, nada é para sempre!
Com o passar dos anos a gente vai aprendendo a lidar um pouquinho mais com a dor, não que consigamos exterminá-la, mas a gente já consegue tomar um café olhando olho no olho sem tanto medo e tanta pressa que ela vá embora.
Em "tempos de desmoronamento", quando tudo desaba, e num piscar de olhos, o choque é tão grande que primeiro ficamos inertes, confusos, não conseguimos nos mover. Mas aos poucos, lá está ela, a dor vai tomando conta do corpo todo, rasgando suas entranhas e você se dá conta que já conhece aquela sensação, afinal já teve tantas na sua vida... 
Sabemos que existem outros caminhos, outros trabalhos, outros amores, novas perspectivas, mas precisamos nos entregar um pouco sabe, sentar no meio da caminho, respirar e chorar e sentir essa maldita dor. Sentir! Não finja que nada está acontecendo, pois está! Não tente agir  como se estivesse tudo bem, não está! E quanto mais você mentir para si mesmo, mais vai sofrer, mais vai doer e você vai se aniquilar, ao pouquinhos, como se cada parte fosse arrancada do seu coração com pequenos rasgos, que se tornam difíceis de juntar.
Lá na frente, quando você decidi seguir seu caminho novamente, guardando o que restou dos pedaços de você que se rasgaram, você sente que nada foi em vão, a dor nunca é. As lágrimas sentidas não são, as perdas, sejam elas emocionais, profissionais, familiares, nunca são por acaso. Talvez tenha que se perder tanto agora e desmoronar por completo para ganhar algo lá na frente e ser feliz.
Não sei lidar por completo com a minha dor nas horas de desmoronamento, mas já aprendi a respeitar o momento dela e o meu. Durante o dia, não deixo ela tomar conta, a noite quando ela costuma bater mais forte, eu coloco uma música triste, deixo ela vir, sinto, sofro, desligo o som, enxugo as lágrimas e sigo! Não dou mais tanto espaço como antigamente, mas também não a escondo de mim.
Agora estou desmoronando um pouco todo dia, não me permito mais cair por completo, de uma só vez. Assim, dói menos! O complicado é sempre o recomeço, sacudir a terra toda por cima de você, levantar-se e juntar cada pedaço seu que se perdeu no meio disso tudo.
Mas dá para juntar? Dá para recomeçar? Esquecer? São processos! Processos do nosso insuportável ser...
Não existem respostas mágicas, infelizmente! Minha impaciência sempre me faz pensar nelas. Seria tão mais fácil apertar um botão e PLIM, resposta recebida com sucesso! Escolhas que você tomaria com a certeza de não ter que voltar atrás quando desmoronasse tudo.
Agora a certeza que tenho no meio dos escombros que restaram de mim é quem eu sou, o que eu quero, quem eu amo e para onde vou...Já é algo, não? Não sou do tipo de se lamentar demais, não vou ficar muito tempo parada limpando "restos". Vou! Coração partido, é verdade, mas com a certeza de que lá na frente, algo melhor me espera!






Nenhum comentário: