Em parceria com a Aroma Literário - Livros em Café a Cia Lisi Berti retomou o projeto Ciclo de Leituras Dramatizadas que não acontecia desde 2011.
Culminando com o Curso Grandes Autores Teatrais Módulo II que acontece desde março na D'arte em Canela, ministrado por Lisiane Berti, ao final de cada autor, toda última quarta do mês, estaremos realizando uma leitura dramatizada feita pelos alunos do curso.
A nossa primeira leitura do ano aconteceu dia 29 de abril com o texto "As Cadeiras" de Ionesco. No elenco Paula Lovatto (a velha), Ronaldo Almeida (o velho), Núbia Gallas (orador), Odarlan Mapelli (entrelinhas).
![]() |
O velho e a velha |
![]() |
O orador |
![]() |
Entrelinhas |
![]() |
Público participativo |
A aluna Isabel Scheid, explanou um pouco sobre o autor Ionesco antes do início da leitura. Segue um breve relato:
Eugene Ionesco é o máximo expoente do teatro do
absurdo, junto com Samuel Beckett. O Teatro do Absurdo é incoerente por
natureza. O humor sempre está presente neste tipo de texto, que muitas vezes
apresenta elementos como vazio, frustração e personagens perdidos no mundo. Nasceu na Romênia em 1909 e morreu em
Paris em 1994. Filho de pai romeno e mãe francesa, passou a maior parte da
infância na França mas no princípio da adolescência regressou para a Romênia,
onde se formou como professor de francês. Voltou à França em 1938 para concluir
sua tese de doutoramento. Apanhado pela eclosão da guerra, em 39, Ionesco
permaneceu na França e revelou-se como escritor de talento. Também incursionou
no cinema, tendo dirigido nos anos 60 um dos episódios do filme Os sete pecados capitais,ao lado de
nomes como Roger Vadim, Godard, e Jean Louis Trintignan. Morreu aos 85 anos de
idade, e está enterrado no cemitério de Montparnasse.
Ionesco não queria que suas peças fossem
categorizadas como Teatro do Absurdo, preferindo em vez de absurdo, a palavra
insólito – um aspecto ao mesmo tempo pavoroso e maravilhoso diante da
estranheza do mundo. O Rinoceronte, A
Lição e As Cadeiras são obras
significativas na vasta produção teatral e literária deste autor. Para lá de
ridicularizar as situações mais banais, retratam de forma tangível a solidão do
ser humano e a insignificância de sua existência.
Na
peça As Cadeiras, escrita em 1952, um casal de idosos, ele com 95 e ela
com 93 anos, tenta encurtar os momentos solitários e aborrecidos da velhice que
insiste em manter-se. Apesar de estarem juntos, sentem-se sós. Estes momentos
parecem-lhes eternos, e decidem, reviver histórias do passado. Agora que estão
no final de suas vidas, tentam perpetuar vivências reais misturadas com
delírios. Em delírio, convidam desde as mais ilustres figuras às mais modestas
para preencher as cadeiras da platéia que vai receber a tão esperada mensagem
do idoso. No final... as cadeiras revelam-se vazias. As suas vidas continuam
vazias. A impossibilidade de comunicação, desolação e destruição são os
sentimentos finais desta farsa trágica.
"Mergulhar,
sem limites, no espanto e na estupefação; deste modo podes ser sem limites,
assim podes ser infinitamente."