Você passa muito tempo querendo
alguém que te conheça na sua “intimidade”, e claro, que respeite seu espaço.
Então, finalmente você conhece alguém, se apaixona, faz promessas, quase juras
de amor, em qualquer instante do dia, é só nela que você pensa. O tempo todo.
Então você se entrega! Entrega
seu corpo, seu coração, sua alma, se entrega como há muito tempo não fazia, só
fingia! E o amor vai bem obrigado. Agora não se dividem apenas juras, mas
realidades, contas, espaços da casa, espaços na vida um do outro. Moram juntos.
Unem escovas, dividem gavetas, cada um tem seu espaço na cama. Cada um tem um
espaço maior na casa e na vida do outro. Junto com esse espaço, vem também tudo
aquilo que você mais ama no outro e claro, aquilo que você nem sabia que
detestava.Pasmem, a tal “intimidade”.
Ser íntimo de alguém é ouvir
reclamações sobre você: o quanto você ocupa espaço e é desorganizada, o quanto
você deve cuidar quando ir no banheiro para não deixar nenhum cabelo na pia,
pois isso irrita seu parceiro. Cuidar, limpar, organizar, fazer, ouvir...os
verbos de ação começam a fazer parte do seu vocabulário. No outro você também
tem que dividir as músicas que ele ouve e claro, nem sempre são as que você
mais gosta, dividir programas de televisão,
adaptar-se assim como um camaleão a este novo meio, que passou a ser a casa de
vocês. Difícil? Muito! Todo dia é um exercício de paciência, de
compartilhamento de adaptação. Agora, não existe mais aquele cuidado inicial,
quando você cuidava o que falava porque mal conhecia o outro e temia que ele
também conhecesse o seu monstro interno, que estava pronto para ser acordado.
Passam-se os dias. Sua calma é
testada e você se pergunta: “ Até que ponto vale tudo isso?”, será que você
quer mesmo partilhar da sua “intimidade” e conhecer a do outro? Muitas
perguntas, algumas ainda sem resposta. Juntar “escovas” é um ato de coragem,
sobretudo de amor. Nos tempos modernos em que amor virou “piegas” e sexo é
vendido barato, até dentro da sua casa numa sucessão de inversão de valores,
quando você toma coragem e assume viver a sua vida ao lado da outra pessoa, é
sim, um grande ato de amor e coragem.
Íntimos. Sempre! Você divide a
parte chata e até se estressa com ela, mas é bom ter ao lado alguém que te
conhece tanto, que você não precisa falar, basta olhar ou respirar. Se
colocasse na balança, as qualidades do outro, são muito maiores que seus
defeitos e você só tem que se policiar e pensar no que é bom, deixando o “não
tão bom” para momentos “íntimos” e que se fala sobre isso numa boa, tentando
melhorar a convivência diária. Conviver! Não fomos feitos para viver sozinhos,
mas passamos a vida tentando provar aos outros que sim, somos eremitas das
nossas emoções.
A intimidade é uma ponte entre
você e seu amor, você e seus filhos, você e seus amigos. Depende unicamente
daquilo que você quer ou não compartilhar, mas para dar é preciso receber,
ouvir e também entender a intimidade do outro. Se não é fácil para você, também
não deve ser nada fácil para seu parceiro. Pense nisso! Ah, e preocupe-se mesmo
quando não houver nenhuma reclamação sobre essa tal intimidade, aí sim, as
coisas fugiram do controle. Enquanto houver intimidade de verdade haverá sempre
reclamações, faz parte e pode ser bem divertido se você souber tirar proveito da
situação e dar boas risadas. (Lisi Berti – 03/02/12 - POA)
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